Foto de Andréa Morais
O vigia Hélio dos Santos, voltando do trabalho com a inseparável bicicleta |
Na Região dos Lagos, em que a natureza é
o cartão de visita de todas as cidades, a mobilidade urbana sustentável não
pode ser esquecida. Ela pede atenção de várias maneiras. Uma delas é a campanha
que ganha adeptos a cada ano em que é lembrada. O manifesto acontece no dia 22
de setembro “Dia Mundial sem carro” em que, o principal objetivo é a diminuição
do uso de automóvel. Assim, vale ir de ônibus, barco, bicicleta, a pé... Enfim,
pensar no meio ambiente e na qualidade de vida nas cidades. Outra medida que
pensa em melhorias para a mobilidade urbana, incluindo a sustentabilidade é a
Lei Federal nº 12587 de 2012, que trata da Política Nacional de Mobilidade
Urbana com o objetivo à integração entre os diferentes modos de transporte e a
melhoria da acessibilidade e mobilidade das pessoas e cargas no território do
Município. Nela, contém princípios, diretrizes e instrumentos que possibilitam
mudanças necessárias para melhorar o nosso direito de ir e vir. A
mobilidade urbana, na região, não está diferente das outras cidades do Brasil,
o que a deixa, muito longe, de ser a ideal. Alguns preferem curtir as belezas
da natureza local e aderem à mobilidade sustentável, fazendo o percurso diário
para o trabalho, escola ou compromissos, de bicicleta. Porém, as ciclovias,
ainda, não estão em todas as partes. Já, os que optam por veículos particulares
reclamam da falta das sinalizações nas ruas e rodovias. Enquanto, os que
utilizam o transporte coletivo, pedem revisão dos valores e dos horários, para
diminuir a espera e a superlotação. Existem ainda, os que vão andando até o seu
destino. Mas, mesmo para eles, a falta de calçada e o desrespeito aos pedestres
estão presentes. Sem falar na falta de acessibilidade aos deficientes físicos.
Com tanta beleza natural, pensar em inserir novas ciclovias, inclusive, pelas
ruas do interior das cidades, ou na utilização da Lagoa de Araruama, para
oferecer mais opções de transporte são algumas das opções sugeridas pelos
entrevistados das cidades de Bacaxá, Araruama, Iguaba Grande, São Pedro de
Aldeia e Cabo Frio.
Foto de Andréa Morais
Passageiros aguardam pelos ônibus na rodoviária de Araruama |
Transporte
coletivo
De acordo com a Lei Federal 12587,
denomina-se transporte público
coletivo, como: serviço público de transporte de passageiros acessível a toda a
população mediante pagamento individualizado, com itinerários e preços fixados
pelo poder público, sendo eles: ônibus, barcos, trens,
metrôs e vans. Porém, nas cidades mencionadas, a população utiliza somente ônibus
e vans. Segundo a moradora de Iguaba Grande, Ana
Cláudia Moreira, ela utiliza o transporte coletivo da cidade em que mora para a
vizinha, São Pedro da Aldeia, local em que trabalha, e as suas queixas são referentes a
superlotação e a tarifa alta da passagem: “Fico muito tempo esperando ônibus e
as vans são poucas”, informou. Ana acredita que ter mais empresas e mais
ônibus, seria a solução para a redução da tarifa e da lotação. O morador de
Cabo Frio, Gabriel Braga, trabalha em Iguaba como balconista de loja de material
de construção. Suas críticas, também,
são em relação ao valor da passagem e da superlotação: “O ônibus demora a
passar e a tarifa é cara. A minha sugestão é que o valor da passagem seja mais
acessível e o número de ônibus seja aumentado”, disse. Já a recepcionista, Ana Paula Medeiros circula
pela cidade em que mora, Iguaba Grande, de motocicleta e não tem do que
reclamar e nem sugestão a fazer. Porém, para chegar ao trabalho, em Bacaxá, ela
utiliza o transporte coletivo, no qual faz a viagem em pé, tanto na ida, quanto
na volta: “Saio de casa com duas horas de antecedência para chegar no horário”,
falou. A sugestão é que tenha mais horários, para reduzir a lotação nos ônibus.
Ana Paula, também sugere o aumento de ciclovias nas ruas, principalmente, por
dentro da cidade onde mora. Ela anda de bicicleta com a sua filha e percebeu a
dificuldade. Segundo o encarregado de serviços gerais, Leonardo Viana, também
morador de Iguaba que vai de ônibus para
o emprego, localizado na cidade de São Pedro. Mesmo, sendo bem próximo de sua
residência, para chegar no horário, é preciso sair de casa com uma hora de
antecedência, e ainda assim, ás vezes não consegue chegar a tempo. A solução
para chegar mais cedo é pegar o ônibus de tarifa mais cara: “Há vinte e quatro
anos enfrento o mesmo problema”, desabafou. Para a moradora de Araruama, a
estagiária de direito, Tamires Gomes, a sua utilização do transporte coletivo na
região é somente para lazer. Ela faz as mesmas reclamações dos entrevistados anteriores:
“Os ônibus estão sempre lotados, demoram a passar e não têm controle da
lotação”, explicou. Segundo Tamires, as sugestões para a solução dos problemas
seria o aumento da frota: “O melhor seria aumentar a quantidade de ônibus, já
que aumentou o número da população. Quanto ao valor, se fosse mais confortável,
não teria do que reclamar”, esclareceu. Existem ainda, as pessoas que utilizam
o transporte alternativo com mais frequência. Cristiane de Oliveira, moradora
de Iguaba é uma das pessoas que prefere as vans, por conta da superlotação dos
ônibus. De acordo com a Moradora de
Bacaxá, Nayana Alves de Souza, estudante de cabeleireira, ela usa as vans para
fugir da espera e do desconforto nos ônibus: “Sugiro a legalização do
transporte alternativo para diminuir a superlotação dos ônibus”, completou.
Nayana anda de carro e moto, em Bacaxá e critica o tráfego e o asfalto das
ruas, além da falta de sinalização: “É necessário uma melhora na sinalização
das ruas e na infraestrutura”, concluiu. Conforme já havia publicado em minha
coluna de “Negócios & Conteúdo” : o preço das passagens é dado de acordo com uma
planilha feita pelo governo municipal e estadual, de todo o Brasil com base nos
custos gerados pela empresa, como: os impostos pagos, o combustível e a
manutenção dos veículos. O parâmetro é o número de passageiros pagantes que
circulam em seus coletivos. Sendo assim, acredito que, a cobrança deveria ser
feita por percurso, para pagarmos valores mais justos. Com relação a
superlotação, concordo com a sugestão dada pelo presidenciável Aécio Neves, que
sugere um aumento no horário comercial, fazendo com que haja mais turnos de
trabalho, o que traria uma diminuição no horário de rush, por pelo menos a
metade. Exemplo: expedientes de 7h às 19h dividido por dois turnos. Outra
solução para desafogar o trânsito, pensando no meio ambiente é o transporte
aquaviário. O qual, a cidade de Araruama saiu na frente, aprovando a Lei Nº1.696 de 20 de setembro de 2012, em que, institui e disciplina o sistema de
transporte aquaviário de passageiros no município. E foi aprovada pela Câmara
Municipal de Vereadores da cidade. Porém, ainda não está sendo explorada.
Foto de Andréa Morais
A doméstica Nara Regina utiliza a bicicleta por ser prática e rápida |
Bicicleta
De acordo com a mobilidade urbana
sustentável, a bicicleta é um dos meios de transporte mais viáveis, para pensar
no meio ambiente e na saúde. Além, de a inclusão de ciclovias nas cidades seguir
as orientações da Política Nacional de Mobilidade Urbana. O vigia de condomínio
Hélio dos Santos vai e volta para o trabalho de bicicleta há nove anos. Antes
da ciclovia, que existe na orla de Iguaba Grande, disputava com os carros. O
que, ainda acontece, no interior da cidade: “É muito difícil andar de bicicleta,
inclusive no centro da cidade, venho disputando com os carros. A ciclovia
precisa ser instalada nas ruas da cidade e não só na orla”, solicitou. Quanto
ao transporte coletivo está satisfeito com o serviço, já que utiliza fora do
horário de rush. Outro morador de Iguaba, que utiliza a bicicleta é o pedreiro,
Manoel Henrique da Conceição. Ele pedala
aproximadamente, 12 km por dia: “Gosto muito de me locomover de bicicleta,
porque faz bem ao meio ambiente e a saúde”, disse. Para melhorar o percurso ele
também pede mais ciclovias: “Seria necessário mais acostamento e ciclovias,
porque competimos com os carros, que passam muito próximo”, esclareceu. Já a
cearense Simone Moreira, que mora há sete anos em Araruama e trabalha como
balconista de padaria, usa a bicicleta para ir e vir do emprego com frequência e
não tem nenhuma crítica pra fazer e nem sugestão pra dar. Para a araruamense,
Nara Regina, diferente de Simone, é nascida e criada em Araruama. A doméstica, que
também utiliza a bicicleta para ir e vir do trabalho gosta do transporte por
ser prático: “É bom, porque é rápido. Uso a ciclovia o percurso inteiro”,
elogiou. Segundo Nara, ela só usa o ônibus nos dias de chuva.
Foto de Andréa Morais
A falta de sinalização nas ruas é uma das reclamações da população |
Sinalização
Outra ferramenta no trânsito que auxilia
ou prejudica a mobilidade urbana é a falta de sinalização nas ruas e estradas. Esse é um
problema que está a cada dia mais presente na Região dos Lagos, por conta do
aumento na população automotiva. A solução é o planejamento de um engenheiro de
tráfego, para que possa efetivar as mudanças necessárias no trânsito das
cidades. O auxiliar administrativo, André Lacerda, morador de São Pedro da
Aldeia, que vai de carro para o trabalho, em Iguaba Grande. Acha o trânsito
tranquilo. Mas, a falta de sinalização na rodovia que corta as cidades é o que
o incomoda: “É necessário que haja um planejamento de sinalizações, principalmente,
nas entradas para as ruas das cidades que beiram a Rodovia Amaral Peixoto. Para
que os motoristas e pedestres não dependam, somente, da educação e do bom senso
dos condutores de veículos” sugeriu. De
acordo com o secretário de Segurança e Ordem Pública de Iguaba Grande, Gladstone
Pereira e o diretor de trânsito e transporte, Jaylson Uchôa, já foram feitas
solicitações ao DER (Departamento de Estradas e Rodagens) para a instalação de
dois sinais eletrônicos na Rodovia Amaral Peixoto, o qual irá facilitar o
tráfego de veículos e pedestres. Além disso, o secretário adiantou que há um
planejamento de obras baseado na Lei Federal de Mobilidade Urbana, que está
sendo inclusa no Plano Diretor da cidade: São revitalizações e mudanças nas
ruas e calçadas da cidade, que incluem a rua do centro.
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