Maconha é uma erva que faz mal?

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Ma'kaña: Origem do nome do Quimbundo (Língua do grupo Banto, falada em Angola) 

Por Andréa Morais

        Na reunião da Comissão Global sobre Drogas, em Genebra, no dia 25 de janeiro de 2011, Fernando Henrique Cardoso, enfatizou: que nenhuma política de combate às drogas vai funcionar "se não houver informação e educação" de forma que as pessoas disponham de elementos "para usar sua liberdade" e para saber "que as drogas causam danos”. Disse ainda, o dependente de drogas deve ser considerado "um doente e é preciso oferecê-lo saúde", acrescentou o sociólogo; “Temos que abandonar essa ideia de que os consumidores de drogas são criminosos”, disse à AFP (Agence France- Presse - Agência de notícias)

No último domingo (13 de fevereiro), o “Esquenta” programa apresentado por Regina Casé, na TV Globo teve a presença do ex presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. No bate papo, Fernando Henrique falou da descriminalização das drogas e pediu que as pessoas abordassem o tema com mais frequência.

Resolvi atender ao pedido, acrescentando algumas informações sobre a maconha. Para isso recorri a uma pesquisa que fiz no início da faculdade, junto com outras colegas do curso de comunicação social e somei algumas pesquisas atuais.

Já ouvi muitos usuários da droga dizer, que por ser uma erva natural, não faz mal, será? É verdade que a maconha é uma erva que se multiplica rapidamente. E que além dos efeitos médicos comprovados: eficiente para tratar náuseas e vômitos em pacientes sob quimioterapia, aumentar o apetite em pacientes de Aids e diminuir as dores musculares causadas pela esclerose múltipla. Há indústrias, que utilizam a fibra da maconha, pois se pode fazer uma calça mais resistente, mais impermeável e mais confortável que qualquer calça jeans.Também pode ser utilizada como óleo, concorrendo diretamente com o óleo mineral. Por outro lado, estudo científico afirma que a fumaça da maconha apresenta vinte vezes mais substâncias tóxicas do que o fumo comum.A fumaça da maconha, inclusive, ajuda a destruir a camada de ozônio. Sendo assim, fumar maconha auxilia no aumento do aquecimento global.

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Como o cigarro da maconha age no organismo?

Em curto prazo, os efeitos comportamentais são:

1 – Período inicial de euforia (sensação de bem estar e felicidade, seguido de relaxamento e sonolência).

2 – Quando em grupo, ocorrem risos espontâneos (risos e gritos moderados como reação a um estímulo verbal qualquer).

3 – Perda da definição de temo e espaço: o tempo passa mais lentamente (um minuto pode parecer uma hora ou mais) e as distâncias são calculadas muito maiores do que realmente são (um túnel de 10 metros de comprimento, por exemplo, pode parecer ter 50 ou 100 metros).

4 – Coordenação motora diminuída: perda do equilíbrio e estabilidade.

5 – Alteração da memória recente.

6 – Falha nas funções intelectuais e cognitivas.

7 – Maior fluxo de ideias.

8 – Pensamento mais rápido que a capacidade de falar, dificultando a comunicação oral, a concentração, o aprendizado e o desenvolvimento intelectual.

9 – ideias confusas.

10 – Aumento de frequência cardíaca (taquicardia).

11 – Hiperemia das conjuntivas (olhos vermelhos).

12 – Aumento do apetite (especialmente por doces) com secura na boca e garganta.

Doses mais altas podem levar a:

1 – Alucinações, ilusões e paranóias.

2 – Pensamentos confusos e desorganizados.

3 – Despersonalização.

4 – Ansiedade e angústia que podem levar ao pânico.

5 – Sensação de extremidades pesadas.

6 – Medo da morte.

7 – Incapacidade para o ato sexual (até a impotência).

Em longo prazo, a extensão dos danos bem caracterizados, se restringem ao sistema pulmonar e cardiovascular.

1 – Maior risco de desenvolver câncer de pulmão.

2 – Diminuição das defesas, facilitando infecções.

3 – Dor de garganta e tosse crônica.

4 – Aumenta o risco de isquemia cardíaca.

Observação:

- A mulher que amamenta passa as toxinas da droga para a criança pelo leite materno.

- A abstinência é caracterizada, sobretudo, por irritabilidade e diminuição do apetite.

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Maconha x Cigarro 

         A Revista mensal francesa “60 milhões de consumidores”, do Instituto Nacional do consumo (INC), informou em uma de suas edições, os resultados de testes realizados com uma máquina de fumar, as proporções de nicotina, alcatrão, monóxido de carbono, benzeno e tolueno, nas fumaças dos cigarros de cannabis sativa (nome científico da maconha) e de tabaco. O resultado encontrado foi: A fumaça da maconha contém sete vezes mais alcatrão e monóxido de carbono, que a do cigarro comum. Fumar três cigarros de maconha diariamente provoca os mesmos riscos de câncer ou doenças cardiovasculares do que fumar um pacote de cigarros de tabaco.

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Descriminalização X Legalização 

          Em uma reportagem da revista “Super Interessante” de outubro/2007 sobre o tema, apresenta em um painel as mudanças, que as alternativas trariam para a sociedade, em relação à proibição total que vigora no Brasil.

          No caso da descriminalização, a oferta da droga, o preço da droga, a força nas organizações criminosas, o gasto com segurança e o gasto com prisões ficam iguais; aumentam os gastos com saúde pública, e risco de acidentes; já, o desempenho no trabalho e a corrupção diminuem. Na legalização, a oferta da droga, aumenta e o risco de acidente, também, o gasto com saúde pública, aumenta muito; em contra partida, o preço da droga e o desempenho no trabalho diminuem, e a força nas organizações criminosas, a corrupção, o gasto com segurança, o gasto com judiciário e o gasto com prisões diminuem muito.

          Espero que as informações ajudem a esclarecer algumas dúvidas. E quero deixar claro que, apesar de não ser adepta, não discrimino os usuários da maconha. Sou contra o preconceito e acredito que a melhor arma contra o preconceito e o erro é a informação.