sábado, 29 de novembro de 2014

Empreender pode ser a solução


Por Andréa Morais
Foto de Andréa Morais
A cidade de Iguaba Grande está investindo nos pequenos empreendedores
Para quem não tem medo de trabalho e já sabe o que gosta de fazer, tornar-se empreendedor individual, pode ser a solução. Principalmente, para quem está cansado de enviar currículos e não obter resultados. Seja, por não se encaixar nos perfis exigidos, não se enquadrar nas exigências das empresas, não ter a formação desejada ou por querer ser o patrão e ter o seu próprio negócio. A legalização para o pequeno empreendedor está a cada dia mais fácil e trazendo mais vantagens. Na cidade de Iguaba Grande, localizada na Costa do Sol, no interior do Estado do Rio de Janeiro. A prefeitura está atuando em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Rio de Janeiro (Sebrae/RJ)  para facilitar, ainda mais, a legalização do pequeno empreendedor.

Foto de Andréa Morais              
Jorgino Pereira, Secretário de Fazenda, trabalha para simplificar a legalização do empreendedor, em Iguaba Grande
De acordo com o Secretário Municipal de Fazenda, Jorgino Pereira, ter a legalização facilitada e o tratamento tributário diferenciado faz com que o dinheiro fique no município. Para efetuar as melhorias, a prefeitura recebeu o apoio do Sebrae na reanalise de toda a Lei Complementar nº123 /2006 (Lei Geral da Micro e pequena Empresa). Com a intenção de propor uma atualização no estatuto da Micro Empresa Individual (MEI), Empresa de Pequeno Porte (EPP) e Empreendedor Individual (EI). Para facilitar, ainda mais, a desburocratização dos processos de legalização, dando a possibilidade de participar das compras públicas. Segundo Jorgino, a legalização já está em franco desenvolvimento: “Todo o processo de desburocratização que nós iniciamos no ano passado, nos rendeu o prêmio do Sebrae “Prefeito Empreendedor”, no mesmo ano, pela simplificação do processo de legalização que a gente tem implantado, de acordo com a Lei Geral. Facilitamos, o que antes, era uma “via crucis”. Esse foi o primeiro passo. O outro é a comprovação de que o processo trouxe um resultado efetivo. Para isso, unificamos essas fiscalizações básicas, que são: postura, obras e tributos. Todas estão na Secretaria de Fazenda. Assim, conseguimos reduzir, enormemente, o prazo. Um alvará que levava de 3 a 4 meses, hoje, se o empreendedor estiver com toda a documentação legal; ele pode sair com o documento na mesma hora”, informou. O resultado dessa parceria foi concretizado no mês de outubro, quando o Sebrae oficializou a implementação da Lei Geral da Micro e Pequenas Empresas, em Iguaba Grande


Fotos do site da prefeitura de Iguaba Grande

 

Com a nova lei, além da simplificação na legalização será mais fácil obter crédito, ter acesso à tecnologia,exportar e vender para a prefeitura. Para Jorgino, Este não é, e nem poderia ser o fim de uma jornada: "Ter a Lei Geral implementada é na verdade, mais uma responsabilidade assumida com os contribuintes e, especialmente com os empreendedores do nosso município. Por este motivo é que a parceria com o Sebrae e a dedicação de todos os servidores envolvidos são de suma importância para que tenhamos uma linha ascendente de desenvolvimento, emprego e renda”, afirmou. Todas essas facilidades faz com que alguns empresários optem pela legalização. Fato observado no número, considerável, de empreendimentos cadastrados no município, que se enquadram em pequeno empreendedor. Ainda, conforme o Secretário de Fazenda, existe, aproximadamente, mil empresas cadastradas no site da Receita Federal. Entre elas, a empresa do casal, Helena Figueiredo e Fernando Bradock. Helena é a proprietária e administradora e Bradock, o empregado de carteira assinada. Na Bradock Studio eles prestam serviço de artes gráficas, placas, letreiros, editoração e diagramação em geral. Para explicar a evolução da empresa, Helena lembrou-se das duplas sertanejas: “A gente está igual a cantor sertanejo. Já estamos na estrada há 15 anos. Mas, legalizado, só há quatro anos. E agora, é que conseguimos fazer alguma coisa”, comparou. Atualmente, o negócio está bem estabelecido. Tanto, que eles estudam a possibilidade de abrir um novo quiosque em outro município da região. Antes da empresa ser legalizada a situação era outra. De acordo com Helena, após a regularização, o movimento melhorou em 100%: “Poder emitir notas fiscais para empresas grandes, comprar direto do fornecedor e o aumento da credibilidade do serviço prestado para os clientes, foram os fatores principais para o aumento dos lucros. Outra coisa que melhorou é o fato de podermos prestar serviço para grandes empresas. No caso dos letreiros, chama atenção do público, e as pessoas querem saber quem fez. O famoso boca em boca. Com isso, os nossos serviços ficam conhecidos. Você atendendo bem e fazendo um negócio diferenciado, com empenho, dedicação e comprometimento é que faz o negócio ir pra frente”, completou. 

Foto de Andréa Morais
Os empreendedores Helena Figueiredo e Fernando Bradock atendem cliente que visita o shopping
A história da “Bradock Studio” iniciou, quando Bradock largou o emprego de design gráfico e Helena a função de parasitologista, para iniciarem em um novo ramo. O motivo da mudança foi o aumento da madeira. Segundo Bradock , na época, a madeira foi substituída pelo MDF. Com isso, a produção caiu. O que fez a situação financeira ficar complicada. Por sorte, surgiram convites para a diagramação de jornais e criação de anúncios para os impressos. E uma coisa foi levando a outra. Até, que em 2010 legalizaram a empresa: “ Na parte de legalização, não houve nenhum impedimento e nem dificuldades. E para nos mantermos no ramo, as coisas foram crescendo gradativamente. Estivemos em diversos pontos da cidade e o melhor é o que estamos hoje. “Estamos no meio da “muvuca”. As pessoas passam na calçada e lembram que precisam de alguma coisa. Aqui a gente vende, cria a arte, terceiriza a impressão, que mandamos pela internet. E o meu parceiro, que é outra firma, também, de pequeno porte, me entrega, aqui no balcão. Depois eu monto a placa e a estrutura toda e instalo no local”, concluiu. Ambos concordam em dizer que nos últimos dois anos, tempo em que estão no endereço atual, o movimento melhorou muito: “Aqui, o ano todo tem movimento. Com uma queda entre 10% e 20%, no final do ano. Antes, essa queda era de 70%”, ecoou a dupla. O sonho de aumentar o negócio vai ficar mais para frente. Por enquanto, eles preferem ficar como estão para não atropelarem a evolução natural. Atualmente, se enquadram no EI e se aumentarem, podem sofrer mudanças: “A gente resolveu ficar nesse ponto, porque partir daqui pra mais, agora, pode complicar; primeiro vai mudar o enquadramento da empresa e segundo vai aumentar os tributos e número de funcionários. No tamanho do nosso negócio está tudo suficiente”, revelou Bradock. O casal de empreendedores investe na atualização do negócio. Antenados à evolução e ao mercado, sempre que podem, fazem cursos oferecidos pelo Sebrae. A dica que eles têm para os interessados em montar seu próprio negócio é trabalhar: “Fazer o que gosta e trabalhar muito, porque não cai nada de graça. Esses são os fatores principais para manter-se no mercado”, revelaram. De acordo com Bradock e Helena, o lucro da empresa chega a 60%. É com esse percentual, que eles mantêm as despesas da casa e da empresa. Ainda não utilizaram o empréstimo, que todo empreendedor tem direito: “Para comprarmos os equipamentos, a gente começa a juntar dinheiro para fazer o investimento. Nada de prestação, porque ai, você não dorme”, informou Helena. 

Foto de Andréa Morais
A empreendedora Cláudia Caldeira tem 7 meses de experiência e legalização. Ao seu lado, o incentivador e marido, André Fonseca
Diferente da Bradock Stúdio, o seu vizinho de bairro, “Bem Bolado Lanches”, que tem a empreendedora Cláudia Caldeira, como proprietária, tem pouca experiência no mercado. Iniciou o negócio há sete meses, aproveitando a oportunidade de ter uma loja vazia em frente à academia de ginástica, na qual, seu marido, André Fonseca é professor. Antes, Cláudia era vendedora de produtos de beleza, e com a sugestão e a ajuda do companheiro, encontrou a possibilidade de garantir os benefícios previdenciários. Por ter começado em um novo ramo, está se adaptando e encontrando dificuldades nas compras de equipamentos e na administração do negócio. Mas, Cláudia está muito animada e mostrou interesse em fazer cursos no Sebrae, para se aperfeiçoar na nova empreitada: “Por meu marido ser professor na academia de ginástica, percebeu que faltava um local para lanches saudáveis, próximo. A desocupação da loja e a sugestão de um amigo, nos incentivou a abrir a lanchonete. O nosso açaí já está sendo elogiado por todos. Mas, não é só de elogios que sobrevivemos. Quero fazer cursos de administração e cálculo de armazenamento e produção para não haver desperdício e nem queda na qualidade dos produtos”, revelou. 
Foto de Andréa Morais
Andréa Coutinho sugere que o Sebrae ofereça curso específico sobre nota fiscal digital
Outra empreendedora da cidade, que tem interesse nos cursos oferecidos pelo Sebrae é a Andréa Coutinho,proprietária da “Iguaba Uniformes”. Sua empresa está regularizada há um ano. Mas, está no ramo há seis. Andréa diz ter dificuldade para emitir a nota fiscal digital, pela internet e gostaria que fosse oferecido um curso específico para isso: “Não tenho experiência em internet. Acredito que muitos têm o mesmo problema. Nos outros cursos que fiz, eles explicavam como fazer. Mas, foi muito rápido. Sugiro que eles ofereçam um curso, somente de emissão de nota fiscal digital. Assim, seriam esclarecidas todas as dúvidas”, sugeriu. Esses são alguns dos empreendedores cadastrados no site do governo federal e na prefeitura. Por isso, eles têm o alvará.
Foto retirada do site da prefeitura de Iguaba Grande

No portal do empreendedor da prefeitura  de Iguaba Grande, os interessados conseguem todas as informações referentes à documentação exigida para a legalização do negócio e os benefícios. De acordo com o Secretário de Fazenda Municipal, existe um convênio entre a prefeitura e o Banco do Brasil, que possibilita, o microcrédito de até R$15 mil. No caso do MEI e do EI, o volume de rentabilidade não pode ser superior a R$60 mil/ano. E pode ter um único funcionário com carteira assinada. Jorgino e sua equipe estão trabalhando, também, para reduzir a diferença entre os números apresentados das empresas cadastradas no site da receita federal e os da prefeitura: “O nosso maior problema,hoje, é o delay que existe nos inscritos na prefeitura e no site do governo federal. Em abril, de 2013 nós tínhamos algo em torno de 190/200 registros de MEI e na receita federal em torno de 500/ 600. Ou seja, se cadastraram na receita, mas não procuraram a prefeitura. Para regularizar a situação, nós estamos entrando no site e pegando endereço por endereço para enviar uma carta e pedir que eles procurem a prefeitura, para a entrega do alvará. Assim, a gente pode identificar, caso haja, em uma determinada região do município mais estabelecimentos comerciais. Com isso, a gente pode criar uma política de desenvolvimento desses MEI, definindo uma zona comercial e criar um IPTU, estipulando um valor de tributos especiais para aquela região. Hoje, já passamos de 1000 cadastros na receita federal e de 600 na prefeitura. Triplicamos nossos registros e reduzimos a diferença. As maiores causas da irregularidade  e o que impede o estabelecimento de ter a regularização imediata é o cadastro imobiliário por endereços, que não correspondem. Esperamos reduzir, ainda mais, essa diferença, cadastrando os ativos e eliminando os desativados.  Para isso, nós começamos em 2013, uma parceria com os correios para melhorar o nosso cadastro imobiliário, para que ele seja mais eficiente”, concluiu Jorgino.  E para todo o Brasil,  no portal  sobre empreendedorismo do Sebrae o empreendedor pode esclarecer dúvidas, obter informações sobre o enquadramento do negócio com o passo a passo para abrir o negócio e muito mais. Agora, quem quer se cadastrar e iniciar a legalização da empresa. Além, de esclarecer dúvidas, obter informações sobre o enquadramento do negócio, quais os profissionais que podem se tornar MEI, quais os valores pagos para garantir os benefícios previdenciários e muito mais, precisa acessar o portal do empreendedor do Sebrae.

Nenhum comentário: