Foto de Andréa Morais
Gilmar Lessa em sua propriedade, com o que restou de água aflorada da sua barragem |
Por Andréa Morais
“... Águas escuras dos rios, que levam a fertilidade ao sertão. Águas que banham aldeias e matam a sede da população...” Infelizmente as ações da água, mencionada nesse trecho da música Planeta Água, de Guilherme Arantes, estão a cada dia, mais raras de acontecer. O planeta tem sofrido com a falta de chuva e alguns desgastes naturais. Se continuarmos assim, vamos voltar à época, em que mudávamos de lugar para encontrar a melhor localização para sobreviver. No passado, os nômades viviam em busca de alimento e descobriram que tratando a terra e cuidando do solo, conseguiam plantar para manter a sua alimentação. Infelizmente, nós não nos preocupamos em manter esses cuidados necessários e estamos sofrendo com a escassez de água. De acordo com pesquisadores, a agricultura é responsável por 72% do gasto da água no país. Alguns países, já sofrem com a falta desse bem natural. No Brasil, a insuficiência de água potável está crescente. A situação de São Paulo é a mais preocupante. Conforme informações publicadas no site da Envolverde (Notícias de Sustentabilidade no Brasil e no Mundo), o nível do sistema Cantareira está medindo menos de 6% de sua capacidade e vem baixando cerca de 0,1% ao dia. Ainda, de acordo com a publicação no Envolverde, segundo o presidente da Sabesp, o sistema pode zerar em março ou, no máximo, em junho deste ano. Isto significa, que seis milhões de pessoas ficarão com enorme escassez e poderão ficar sem nenhuma gota de água. Para o coordenador da secretaria executiva da Rede Nossa São Paulo e presidente emérito do Instituto Ethos, Oded Grajew, a união e conscientização de todos pode reverter a situação: “Precisamos parar de nos enganar. É fundamental que haja uma grande mobilização de todos para que se tomem ações e medidas à altura da dramática situação que vivemos. Deixar de lado rivalidades e interesses políticos, eleitorais e desavenças ideológicas. Não faltam conhecimentos, não faltam ideias, não faltam propostas. Mas faltam mobilização e liderança para enfrentar este imenso desafio.Todos precisamos assumir nossa responsabilidade à altura do nosso poder, de nossa competência e de nossa consciência. O tempo está se esgotando a cada dia” apelou. Alguns produtores
rurais já estão economizando água há algum tempo. Mesmo assim, a falta de chuva
tem atrapalhado, bastante, nessa economia. Porém, com o uso consciente e a
utilização de recursos naturais da água. Além, de diminuir o
gasto, aumenta a renda no meio rural
Foto de Andréa Morais
A falta de chuva destrói plantações, na região da Costa do Sol, no Rio de Janeiro |
Para ajudar a solucionar o problema, o Governo Federal criou a LEI Nº 12.787, de 11 de Janeiro de 2013,que dispõe a Política Nacional de Irrigação. Conforme
informação postada no site do Governo Federal, o ACT (Acordo de
Cooperação Técnica), cuja vigência é até 31 de dezembro de 2020, a ANA (Agência
Nacional de Águas) e os três Ministérios envolvidos (Meio Ambiente, Integração Nacional e Agricultura,
Pecuária e Abastecimento) deverão desenvolver
uma proposta de Política Nacional Integrada de Conservação de Água e
Solos. Além disso, se comprometem a trabalhar conjuntamente na
implementação da Política Nacional de Irrigação e do Sistema Nacional de Informações sobre
Irrigação. A Política Nacional de
irrigação tem como alguns dos seus objetivos, incentivar a ampliação da
área irrigada e o aumento da produtividade em bases ambientalmente sustentáveis
e reduzir os riscos climáticos inerentes à atividade agropecuária,
principalmente nas regiões sujeitas a baixa ou irregular distribuição de chuva.
Os Projetos Públicos de Irrigação poderão ser custeados pela União, Estados,
Distrito Federal ou Municípios, isolada ou solidariamente, sendo, neste caso, a
fração ideal de propriedade das infraestruturas proporcional ao capital
investido. As unidades parcelares de Projetos Públicos de Irrigação
considerados, na forma do regulamento desta Lei, de interesse social, serão
destinadas majoritariamente a agricultores irrigantes familiares. O ACT também estimula programas conjuntos de incentivo ao
uso eficiente da água na agricultura irrigada. Com o Acordo, as quatro
instituições federais se comprometem a desenvolver um programa de capacitação
com foco na gestão integrada e sustentável dos recursos hídricos no campo. E,
ainda, deverão atuar em parceria para ampliar o Programa Produtor de Água, da ANA , e
estimular outras iniciativas que incentivem o pagamento por serviços ambientais
no meio rural. A cooperação também estabelece que as instituições devem
elaborar propostas de aprimoramento das atividades regulatórias da ANA
relacionadas ao campo, principalmente a outorga de
direito de uso de recursos hídricos para irrigação.
Parte da obra de uma barragem subterrânea |
Segundo informações
publicadas no site do Ebah (uma rede social dedicada exclusivamente ao campo
acadêmico e tem como principal objetivo o compartilhamento de informação e
materiais entre alunos e professores.), postada por Aurineuma Carneiro. A barragem subterrânea é uma solução para regiões
de clima árido. Usada com sucesso em regiões semi-áridas. É uma alternativa de
baixo custo contra a seca. Existe alguns tipos de barragem: modelo caatinga,
Modelo Costa e Melo e modelo CPATSA/Embrapa(Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária/CPATSA coordena e executa projetos de
pesquisas em parceria com instituições públicas e privadas, destinado a gerar
e/ou adaptar tecnologias nas áreas de agricultura irrigada e sequeiro,
pecuária, preservação ambiental, reflorestamento de áreas degradadas da
caatinga, biotecnologia agrícola, socioeconomia e desenvolvimento rural.)
Foto reprodução do vídeo da Embrapa postado no Youtube
Parte do vídeo que mostra a construção de uma barragem subterrânea |
No
vídeo publicado pela Embrapa, no Youtube, em 30 de junho de 2014. O Analista da
Embrapa, José Figueiroa, a pesquisadora, Sonia Lopes, o Coordenador P1 + 2 -
ASA Brasil, Antônio Barbosa e o agricultor Edésio Alves falam de suas
experiências, sobre a barragem subterrânea. Nele, apresentam os benefícios que a
tecnologia da barragem subterrânea, disseminada pela UEP-Recife, vinculada a
Embrapa Solos (RJ), por meio do projeto “Barragem subterrânea: promovendo o
aumento ao acesso e usos da água em agroecossistemas de base familiar do
Semiárido do Nordeste”.
Foto de Rodolfo Nóbrega/Reprodução da publicação no site slideplayer
Parte da construção de uma barragem feita com pneus |
Existe outras maneiras de utilização da água de forma sustentável. É
o que Rodolfo Nóbrega mostra, em sua pesquisa sobre o aproveitamento da água da
chuva – uma tecnologia para a convivência com o semi-árido , da Universidade
Federal de campina Grande publicado no slideplayer , realizada em outubro de
2008.
Pluviômetro instalado na propriedade de Gilmar Lessa |
Foto reprodução da revista "Gente do Campo" de dezembro de 2003- Emater - Rio
Gilmar Lessa, em sua propriedade, mostrando a barragem subterrânea recém implantada |
Foto de Andréa Morais
Uma parte das bananeiras de Gilmar Lessa |
Ainda, segundo a revista da Emater-Rio. O método utilizado na propriedade de Gilmar permite transformar o próprio solo em reservatório natural para as águas das chuvas. Como funciona? A barragem subterrânea, retém a água da chuva que escoa na superfície e no sub-solo. Para que isso aconteça, uma parede é construída em sentido perpendicular à direção de escoamento das águas, o que faz com que a chuva se infiltre lentamente no solo, criando ou elevando o lençol freático. O trabalho começa com a seleção da área, na qual, as mais indicadas são os leitos de rio, linhas de drenagem natural e terrenos em declive. Então, é feito uma valeta com 80 cm. de largura, que é cavada ao longo da área, onde ficará a barragem. Além de servir para a movimentação de terras, servirá para acomodar a parede de contenção. Uma lona de polietileno é esticada ao longo da valeta, com cuidado para não deixar bolhas de ar e evitar furos.
Foto de Andréa Morais
Gilmar Lessa vende sua produção na Feira do Pequeno Produtor Rural de Iguaba Grande |
Foto de Frederico Pacheco (Secretaria de Agricultura de Iguaba Grande)
A máquina da Patrulha Mecanizada Municipal, atuando na limpeza da lagoa do produtor e pecuarista Marco Antônio |
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